sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Recordar é viver - Vacina via pistola

Ontem fui a um posto de saúde aqui em BH para iniciar meu ciclo de retomada das vacinas (por ter perdido a imunidade durante o meu tratamento). De cara um elogio: mais uma vez fui MUITO bem atendido pelo SUS, desta vez no CRIE - Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais

Depois de tudo que passei nos últimos quatro anos devo dizer que fiquei bem mais corajoso quanto a picadas, mas esta coisa de tomar vacina me fez lembrar de um medo da minha infância/juventude. De 1976 a 1982 eu estudei no glorioso Colégio Militar de Belo Horizonte - CMBHMinhas lembranças do colégio são as melhores possíveis, e até hoje mantenho contato com colegas daquela época que também se lembram com carinho daqueles tempos. Mas e o tal medo que eu citei? Aí é que está, eu sempre tive medo de tomar vacina via picada, teve até uma vez em que, ainda criança, fugi do posto de vacinação no Hospital Militar da PM aqui em BH e levaram umas duas horas para me encontrar!

Pois é, no CM era quase impossível escapar de vacina: a gente era avisado na formatura da manhã (início às 6h45, isto mesmo!) de que na hora do recreio iríamos tomar a vacina x, y ou z. E só tinha um jeito de escapar: ter faltado no dia ou estar presente porém doente, só que neste caso tinha que ir para a enfermaria para ser examinado e obter um atestado que impedisse a vacinação. Não tinha esta coisa de autorização dos pais ou responsáveis, tinha que tomar e pronto!

Eu ficava pensando nisto durante as aulas até a hora do recreio. A gente fazia a fila e um militar ficava com a famosa pistola de vacinação aplicando em todo mundo, uns 5 segundos por aplicação. 

É difícil lembrar de forma objetiva da sensação da época, mas as lembranças que ficaram são de medo e dor, e uma certa vergonha para não deixar os colegas verem que estava com medo, se bem que eu acho que a grande maioria tinha medo. E até hoje me lembro do barulho: psshut! O aplicador acionava um compressor com o pé e aplicava a vacina no nosso braço.

Vejam um pouco como era:



Não tinha agulha, a dose da vacina saia em um jato muito fino e potente, tão potente que furava a pele e se alojava no tecido muscular, por isso a dor. Por conta da dor e outros fatores o método foi descontinuado anos depois, mas as lembranças (e pelo menos uma cicatriz no braço) duram até hoje...

E ontem, como foi? SUPER tranquilo, duas picadas em cada braço e uma em cada nádega, só uma picada no braço direito doeu um pouquinho, deve ter pegado no músculo. Ainda bem!

Um abraço e até a próxima,

*** Belo Horizonte, 13 de dezembro de 2019

Um comentário:

  1. Kkkkk.....
    A sensação era de pavor!
    Fui para o.banheiro. O sargento.me achou e troxe de volta para a fila.
    Teve uma.vez que tomamos dias. Uma em cada braço. Nem sei como consegui carregar a pasta com os livros depois.
    Mendanha 1981/1987.

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