quinta-feira, 26 de maio de 2011

Certificações em gerenciamento de projetos – Parte 1: PMP

Certificar, segundo o dicionário Hoauiss http://houaiss.uol.com.br , significa:

verbo
transitivo direto e bitransitivo

1    afirmar a (alguém) a certeza ou a verdade de; atestar, asseverar
Ex.: <certificaremos a sua afirmação> <o tempo vai c.-lhe a necessidade da vida em comunidade>
transitivo direto

2    passar certidão ('documento') de
Ex.: <o tabelião certificou o nascimento> <a médica demorou a c. o óbito>
transitivo direto e pronominal

3    dar ou ter certeza ou convicção de; assegurar(-se), convencer(-se)
Ex.: <o médico certificou a cura do paciente> <o rapaz certificou-se do amor da noiva>
bitransitivo

4    dar a (alguém) ciência acerca de (algo); cientificar, comunicar
Ex.: <o hotel certificou os hóspedes das novas tarifas> <não certificaram à empresa que o leilão seria adiado>

Portanto, uma certificação profissional tenta cumprir a difícil missão de assegurar ao mercado que seu detentor possui algo de valor, ou “é o que a credencial diz que ele é”. Ora, nestes casos vale a regra geral de que a credibilidade de uma certificação deriva diretamente de quem a concedeu, certo?

O PMI (Project Management Institute) é hoje, dentre as organizações voltadas para a difusão do gerenciamento de projetos, a que possui maior penetração em nível mundial, com cerca de 350.000 membros espalhados por 197 países (incluindo dois no Vaticano!). Criado em 1969 por cinco colegas envolvidos com gerenciamento de projetos, tem hoje como objetivo (tradução minha):

“Em todo o mundo, organizações irão abraçar, valorizar e usar gerenciamento de projetos e atribuir seu sucesso a isto.”

Sou filiado desde 2003, quando voltei para Belo Horizonte e descobri que tínhamos por aqui uma representação local, o capítulo Minas Gerais, fundado em 1999. Sou voluntário do capítulo desde 2005 e seu atual Presidente, portanto falo com algum conhecimento de causa sobre assuntos relacionados ao PMI e seu projetos.

Existem vários programas de certificação em gerenciamento de projetos, e nesta série de posts eu quero comentar sobre os que considero mais relevantes. Nada mais lógico do que começar pela credencial PMP do PMI, que muitos (eu inclusive) consideram a mais relevante no mercado de gerenciamento de projetos.

PMP = Project Management Professional, ou “profissional em gerenciamento de projetos”. Portanto, quem possui esta credencial, criada pelo PMI em 1984 e que é pessoal e intransferível, é reconhecido pelo PMI como alguém capaz (prefiro capaz a habilitado, adjetivo que dá a impressão de que alguém regula o exercício da função, o que não existe no universo de GP) de atuar profissionalmente em gerenciamento de projetos.

Eu obtive a credencial em 2004. Isto significa que atuei profissionalmente no mercado de gerenciamento de projetos, em diferentes segmentos da economia, por mais de 12 anos sem ter a credencial. Poderia ter continuado sem ela? Claro! Ela fez diferença em minha trajetória profissional? Com certeza! Acho que, no caso da tomada de decisão sobre a busca de uma certificação profissional, toda pessoa deve responder à seguinte pergunta, levando em conta seu momento de vida e posicionamento profissional:

Para mim, esta certificação:

a.  Será um importante diferencial de mercado;
b. É um pré-requisito, dificilmente conseguirei me recolocar sem obtê-la;
c. Não fará diferença em minha atual trajetória profissional.

E claro, a busca da credencial deve ser um dos projetos integrantes do seu PEP!

Não vou aqui opinar de forma genérica, pois entendo que esta avaliação é pessoal e deve ser feita com muito cuidado, dado o investimento exigido em termos de tempo e dinheiro na busca de uma certificação. Posso no entanto dizer que no meu caso eu vi a certificação no final de 2003 (quando decidi partir para o PMP) como um diferencial de mercado, e na minha atuação profissional hoje (professor, palestrante, autor e consultor em gerenciamento de projetos) ela se tornou um pré-requisito. No meu caso não dá para dizer que ela não fará diferença na minha atual trajetória profissional!

Não quero entrar em detalhes sobre como obter o PMP, pois para isto temos inúmeras fontes, como o site do PMI - (em inglês, fonte principal) ou do capítulo de Minas Gerais . Mas quero esclarecer uma confusão que muita gente faz: o PMP é para profissionais que já atuam há pelo menos três anos em atividades de liderança e direção em projetos, e não para profissionais que desejam ingressar nas carreiras de gerenciamento de projetos. A experiência em GP deve vir ANTES e não DEPOIS da credencial. Para profissionais que desejam ingressar no mercado de gerenciamento de projetos o PMI oferece a certificação CAPM (que devo comentar em breve em outro post desta série).

Alguns números sobre o PMP no Mundo (fonte: PMI):

- Credenciados no Mundo, base 28-fev-2011: 420.602
- Credenciados no Brasil: 10.457
- Credenciados em Singapura: 6.002

Singapura

- Credenciados em Dallas, Texas (cidade dos Estados Unidos): 2.721

Dallas

Portanto, levando em conta as respectivas populações, temos:

- Um PMP para cada 16.643 pessoas no Mundo;
- Um PMP para cada 19.240 pessoas no Brasil;
- Um PMP para cada 790 pessoas em Singapura;
- Um PMP para cada 440 pessoas em Dallas – vivi e trabalhei por lá de 1998 a 2001, e pude constatar a grande parcela que projetos representam na economia da cidade. Enquanto isto, aqui em Belo Horizonte temos um bar para cada 187 moradores ...

Em meus próximos posts desta série eu devo falar sobre:

  - As demais certificações do PMI;

  - Os programas de certificações da IPMA  e do OGC (com destaque para as certificações em PRINCE2 , que considero serem as que mais se aproximam das certificações do PMI em termos de relevância mundial).

E tenham paciência, como sou um procrastinador confesso isto pode demorar :)

***** Ivo Michalick, 26 de maio de 2011, Belo Horizonte - BRASIL

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Meu “Top 10” literário de 2010 (parte 2 - inglês)

Um dos meus primeiros posts neste blog foi sobre os 10 livros mais interessantes que li em 2010. Fiquei de comentar sobre a parte 2 (títulos em inglês, com a boa notícia de que quatro dos cinco possuem tradução para o português), e agora, já quase no meio de 2011, aqui vou eu:


1. "Switch", de Chip Heath and Dan Heath 






Um tema que tem ocupado muito minha atenção ultimamente é entender o que nos motiva e nos leva a tomar determinadas decisões ou agir de determinada forma. Este título dos irmãos Heath (também autores do excelente "Made to Stick") foca no processo de mudança. Eu postei várias frase do livro no meu twitter, como esta:


"To create movement, you´ve got to be specific and be concrete." 


Totalmente alinhada com outras leituras recentes, que mostram que nossa mente tende a simplificar tudo o que for muito complicado, nos fazendo às vezes ignorar detalhes importantes. Portanto, "keep it simple!"


Saiba mais sobre o livro e as idéias dos irmãos Heath aqui.


Versão em português:


"A Guinada", de Chip e Dan Heath




2. "Marketing 3.0", de Philip Kotler e outros






Quer entender melhor o conceito contemporâneo de marketing, que entende que os consumidores querem se sentir emocionalmente ligados às marcas e produtos (o que na nossa cabeça se confunde na maioria das vezes) que escolhemos?  Leia este livro...


Versão em português:


"Marketing 3.0", de Philip Kotler e outros


3. "Emotions Revealed", de  Paul Ekman






Único título sem tradução para o português, tem uma relação muito forte com o título seguinte ("The Expression of the Emotions in Man and Animals", de Charles Darwin), escrito mais de 130 anos antes... Na verdade Paul Ekman começou seus estudos sobre a manifestação das emoções em nosso rosto buscando contradizer o trabalho de Darwin, e depois de muitos anos concluiu que Darwin estava certo!


Paul Ekman serviu de inspiração para o personagem Dr. Carl Lightman na série Lie to Me, interpretado pelo excelente ator inglês Tim Roth


O livro de Paul Ekman ainda não tem tradução para o português, mas a boa notícia é "Lie to Me" passa no Brasil na Rede Globo!


4. "The Expression of the Emotions in Man and Animals", de Charles Darwin






Pois é, Charles Darwin, além de nos brindar com a Teoria da Evolução, produziu em 1872 este livro extremamente interessante e provocador, no qual demonstra que a manifestação das emoções primárias em nosso rosto possui caráter universal e não é influenciada por fatores culturais. A cultura pode influenciar num segundo momento (que Paul Ekman demonstra que entra em cena menos de 1/5 de segundo depois da manifestação original), mas a manifestação primária é universal e inconfundível. 


Versão em português:




"A expressão das emoções no homem e nos animais", de Charles Darwin



5.  "How The Mighty Fall", de Jim Collins 







Jim Collins é tido por muitos (mas não por mim!) como o herdeiro de Peter Drucker, considerado por muitos (incluindo eu!) o pai da administração moderna. É um grande autor, reconhecido por algo que falta hoje em muitas obras da área, que é o rigor científico. Neste livro ele fala sobre os cinco estágios que levam uma organização à morte, dando elementos para identificação destes estágios que podem ajudar a reverter o processo. Os exemplos são excelentes e nos fazem pensar!

Versão em português:



***** Belo Horizonte, 16 de maio de 2011.