terça-feira, 22 de março de 2011

Resenha do livro “Liderança e Sustentabilidade, dilemas, desafios e propósitos”

“Liderança e Sustentabilidade, dilemas, desafios e propósitos”, Maiza Neville e Regina C. Drumond, Casa da Qualidade, Salvador, 2010, 210 páginas.



Toda vez que vou a um Shopping, e agora que praticamente não existem mais lojas de CDs, acabo entrando numa livraria e ficando ali às vezes por horas examinando os livros. A internet ainda não conseguiu fazer nada que chegue perto do prazer de percorrer as prateleiras de uma livraria, com calma, examinar um livro, sentar para dar uma folheada.

Deve ser por isto que neste final de semana, ao passear pela Leitura do Shopping Boulevard, acabei comprando mais um livro, apesar da pilha que me esperava em casa. Neste caso racionalizei, me dizendo que se trata de assunto de interesse imediato (afinal dou curso sobre liderança!) e que o livro irá passar à frente dos demais na pilha. Isto foi verdade, comecei a leitura ontem e terminei hoje cedo.

O título é chamativo, pois usa dois termos que hoje estão “na moda”. Fala-se muito de sustentabilidade, mas o conceito ainda me parece algo “etéreo”, que ainda não conseguiu fazer parte da nossa rotina. A edição podia ser melhor, alguns quadros e tabelas possuem letras muito pequenas, e as referências bibliográficas ao longo do texto às vezes me pareceram confusas (eu tenho mania de checar referências, pois assim fico conhecendo muitos novos autores).

A leitura foi interessante, pelo fato de recorrer bastante ao uso de exemplos via storytelling (uma das minhas últimas manias), pelo conceito de gestão multistakeholders (que ouvi pela primeira vez, e que para mim faz todo sentido) e pela parte em que as autoras falam sobre diálogo e coaching. Ah, e o livro reforça a importância dos valores no exercício da liderança, praticamente todo mundo que escreve hoje sobre o tema fala disto.

Segue um exemplo de algo que aprendi/reforcei com a leitura deste livro:     
                  
Habilidades que são fatores essenciais para uma comunicação eficaz (p. 168):

  • Autoimagem: nossa visão de nós mesmos, que filtra toda comunicação que recebemos.
  • Saber ouvir: muitas vezes ouvimos já pensando no que vamos responder, o que atrapalha a comunicação. Me lembrei do conceito de escuta ativa.
  • Clareza de expressão: tendemos a achar que o outro tem o mesmo modelo mental que a gente. Costumo ouvir: “Fulano é burro, já expliquei mais de 20 vezes e ele não entende!” Eu retruco: “você mudou o jeito de explicar depois da primeira vez ou repetiu por 19 vezes a mesma mensagem feito um disco arranhado?”
  • Capacidade de lidar com sentimentos de contrariedade: nossa, como isto é difícil para mim, provavelmente devido à minha baixa (ainda, pois sou um otimista!) inteligência emocional! Nossas emoções devem permear nossas comunicações, mas não podem bloqueá-las, gerando um ruído psicológico intransponível.
  • Autoabertura: “é a capacidade de falar, total e francamente, a respeito de si mesmo.” Autoabertura gera empatia e confiança!

Quer saber mais?

http://andafter.org/publicacoes/lideranca-e-sustentabilidade-dilemas-desafios-e-propositos_1992.html   (trecho do livro, também com uma letra bem pequenininha, pelo menos na Web dá para ampliar!)


***** Ivo Michalick, 22 de março de 2011, Belo Horizonte - BRASIL

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