quarta-feira, 30 de março de 2011

Dissonância cognitiva

Estória #1
Depois de um longo e cansativo dia de trabalho na empresa XPTO, Pedro vai a um Shopping comprar um sapato social, pois o único que possui está muito gasto e ele tem amanhã uma reunião importante com seu Diretor Executivo na matriz da XPTO.
Pedro quer entrar e sair do Shopping o mais rápido possível, por isto entra na primeira loja em que vê um sapato social na vitrine. Um vendedor o aborda, Pedro explica a este que deseja um sapato social, e depois de 15 minutos sai da loja com um par de sapatos, e ainda um terno, uma camisa social e uma gravata novos. Pedro acabou gastando dez vezes mais do que esperava, e se sentiu incomodado pensando nisto no trajeto de carro para casa. Porém, ao chegar em casa, Pedro se sentia melhor, pois conclui que já era mais do que hora de se dar um presente depois de tantos meses de trabalho árduo, e que o investimento iria mais do que se justificar com a boa impressão que ele irá causar na reunião de amanhã.

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Quando há desarmonia entre a expectativa de igualdade e a realidade ocorre uma dissonância cognitiva. A teoria da dissonância cognitiva, criada por Leon Festinger, baseia-se na premissa de que as pessoas não toleram a incoerência, e quando se encontram diante de uma buscam eliminá-la ou reduzi-la. A estória de Pedro mostra um exemplo deste fenômeno.

Um exemplo clássico de dissonância cognitiva pode ser encontrado na fábula “A Raposa e as Uvas”, de Esopo. Na fábula, quando a raposa não consegue alcançar as uvas, decide que não as deseja, pois provavelmente estão verdes e ela não está com tanta fome...


A raposa e as uvas, ilustrado por Milo Winter, em uma antologia de Esopo (1919).

***** Ivo Michalick, 30 de março de 2011, Belo Horizonte - BRASIL

Um comentário:

  1. Nós mulheres temos a dissonância cognitiva aflorada pois sempre arrumados desculpas pra comprar !

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