quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Teoria, prática, CHA e Treinamentos

Pessoal,

Esta postagem resulta de uma discussão interessante na qual participei em uma das muitas listas de discussão de que faço parte:

Para a realização de QUALQUER atividade é preciso ter competência,
e esta é definida pela maioria dos autores pelo tripé CHA:

C = Conhecimento (saber);
H = Habilidade (saber fazer);
A = Atitude (querer fazer).




Competência = Conhecimento + Habilidade + Atitude

Um curso nos dá o C. O H pode ser obtido através de exercícios ou da prática. E
sem o A não há chefe que dê jeito, se a pessoa conhece, sabe fazer mas não tem
vontade a coisa não sai de jeito nenhum!

Como professor minha maior preocupação é dar aos alunos a oportunidade de
obterem durante o curso ao menos um pouco de H (além do C, obviamente).

Segundo RUAS, Roberto; Antonello, Claudia Simone, Boff, Luiz Henrique; e

colaboradores. Aprendizagem Organizacional e Competências. São Paulo: Artmed,2005.: 

"A noção de competência gerencial deve ser pensada como uma ação através da
qual se mobilizam conhecimentos, habilidades e atitudes pessoais e profissionais
a fim de cumprir com uma certa tarefa ou responsabilidade, numa determinada
situação."

"A efetividade e a legitimação de uma competência só ocorre através de uma ou
mais ações em situação real de trabalho, ou seja, em condições específicas do
ambiente de trabalho. Em outras palavras, ninguém pode ser competente a priori,
ou seja, com base em capacidades desenvolvidas numa situação ocorrida no
passado."


E como o assunto é aprendizagem queria falar um pouco da teoria das 10 mil horas
do Malcolm Gladwell, exposta em seu livro "Fora de Série - Outliers"Segue trecho de minha autoria do livro "Gestão de Projetos Brasil" (vários autores, todos professores no IETEC de Belo Horizonte) onde falo sobre isto:

"Malcolm Gladwell, em um dos capítulos de (GLADWELL, 2009), apresenta a sua
"teoria das 10 mil horas", claramente inspirada nos conceitos de curva de
aprendizado. Ao estudar profissionais de sucesso como Bill Gates, os Beatles e
até Mozart, Gladwell identificou um padrão que se repetia em cada uma das
histórias:

• Bill Gates, antes de comercializar seu primeiro software, acumulou 10 mil
horas de prática em programação de computadores numa universidade próxima de sua
casa;

• Os Beatles, antes de alcançar sucesso em nível mundial, tinham praticado 10
mil horas em palcos como os de Hamburgo, tocando música de vários estilos
diferentes;

• Mozart, claro, acumulou 10 mil horas de composições, iniciadas ainda na
infância, antes de produzir suas maiores obras-primas.

No cálculo de Gladwell, essas 10 mil horas são, com muita frequência,
distribuídas em cerca de 10 anos, o que equivale a mais ou menos 20 horas de
prática por semana ou 3 horas de prática por dia (quase todos os dias da
semana). Sua maior conclusão é que talento, só, não basta, é preciso trabalho
duro para ser um "fora de série", que por sinal é o título da edição brasileira
do livro. "

Termino com uma frase de Kurt Lewin para nossa reflexão:

"There is nothing so practical as a good theory."


                                                             Kurt Lewin 1890 – 1947


Já comprovei isto centenas de vezes na minha atuação profissional, como
consultor, professor e profissional da área de projetos: é meio óbvio, mas eu
faço (gero resultados) porque aprendi e tenho vontade de fazer :) Por outro lado
conheço muita gente que diz que tem X anos de experiência, e quando vou ver tem
na verdade um ano repetido X vezes fazendo errado, pois nunca aprendeu a fazer
certo...


***** Nova Lima, 27 de dezembro de 2012

domingo, 9 de dezembro de 2012

"O Poder do Hábito" (resenha de livro)

Não sei se ficou claro pelas minhas postagens anteriores, mas assuntos relacionados a inteligência emocional andam me atraindo a atenção ultimamente, cheguei até a fazer um teste e postar aqui.

Pois bem, uma coisa que já ficou claro para mim nas minhas pesquisas é a importância do auto-controle, ou força de vontade ("willpower", título de um livro bem legal sobre o assunto). Acho que sempre tive dificuldade em fazer coisas que sei que preciso mas que não tenho muita vontade, minha sorte é que sempre gostei de estudar, por isto sempre fui bom aluno :)

Pois bem, acho que foi este interesse que me levou a ler "The Power of Habit", de Charles Duhigg, um repórter investigativo que trabalha no New York Times. Neste livro o autor reitera o que vários outros autores e cientistas já falaram, que somos criaturas de hábito, nossos hábitos controlam quase a metade de nossas ações sem que percebamos, e hábitos ruins tornam as nossas vidas piores.

Ok, mas o que o faço com esta informação? Aí é que está, hábitos podem ser mudados a partir do momento que tomamos consciência deles, e o autor apresenta uma espécie de receita para isto, que reproduzo abaixo a partir de matéria sobre tema similar publicada na revista Galileu:

MANUAL PARA DIAGNOSTICAR SEU MAU HÁBITO E CONVERTÊ-LO EM UM BOM (fonte: revista Galileu )

Uma coisa que gostei muito de confirmar com esta leitura foi a minha percepção de que cultivar bons hábitos cria uma espécie de "círculo virtuoso", que reforça outros bons hábitos (e bom aqui significa algo voltado para a nossa pessoa), mas que por outro lado ter maus hábitos nos leva a reforçar ou mesmo adquirir outros maus hábitos. Em outras palavras, somos em grande parte aquilo que pensamos, mesmo quando não pensamos diretamente a respeito, como é o caso de nossos hábitos :)

Portanto, recomendo fortemente "O Poder do Hábito" (título da versão em português) para todos aqueles interessados em conhecer mais sobre como nossa mente funciona e como podemos alterar nossos hábitos de forma a melhorarmos nossa inteligência intrapessoal!




***** NOVA LIMA, 09 de dezembro de 2012.