quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Sustentabilidade: uma visão pessoal


Nestes tempos em que sustentabilidade virou uma das “palavras da hora”, eu gostaria de falar um pouco sobre minha visão sobre este conceito: para mim, toda vez em que preciso tomar uma decisão sobre um projeto, penso em como isto pode afetar esta pessoa aqui:


Depois de ser pai pela primeira vez, aos 44 anos de idade, passei a ver o mundo de uma maneira TOTALMENTE diferente e (assim espero!) mais “certa”: fiquei ao mesmo tempo mais intolerante com a incompetência e o desperdício (que nos tiram tempo e recursos que poderíamos dedicar àqueles que mais nos importam) e compreensivo com as falhas dos outros, pois passei a enxergar toda pessoa de uma forma parecida como enxergo a mim (como pai) ou a minha esposa (Luiza) e filha (Bianca). Isto deveria ser óbvio, mas parece que a gente se esquece a toda hora: TODO mundo é filho de alguém, e MUITOS de nós são responsáveis por cuidar de filhos, assim como eu...

Esta visão nos ajuda a ficar concentrados no que REALMENTE importa nas nossas vidas e a buscar sair do ciclo de correria/urgência que muitos de nós nos impomos a nós mesmos. Por exemplo: você entraria numa guerra sabendo que seu filho estaria entre os primeiros a serem despachados para o campo de batalha? Ou aceitaria atuar num projeto que vai deixar um legado de poluição para a geração dos seus filhos? Convido a todos a refletir sobre isto.

*** Este texto é uma homenagem ao Pedro, meu mais novo sobrinho, que chegou ao mundo ontem à noite e me fez pensar ainda com mais força o que estou fazendo para que ele, Bianca e todas as crianças do mundo tenham um futuro melhor.

***** Ivo Michalick, 27 de setembro de 2011, Belo Horizonte - BRASIL

sábado, 10 de setembro de 2011

Ouvir x escutar

Eu acredito que vários de vocês, como eu muitas vezes, já ouviram de alguém próximo a nós durante uma conversa algo como:

“Ei, estou falando com você!”

Aí a gente responde com algo como:

“Ué, eu estou te ouvindo, você acabou de falar isto, isto e mais isto.”

No que o outro responde mais ou menos assim, num tom meio aborrecido:

“Você está me ouvindo, mas não está me escutando!”

E o outro está certo na maioria das vezes! Estamos dividindo nossa atenção entre a fala do interlocutor e alguma outra atividade (como um trem de pensamento), e isto passa para o outro a impressão de que não estamos lhe dando atenção. E não adianta, mesmo que a gente ache que consegue manter os dois processos ativos ao mesmo tempo (ouvir o outro e o que mais estivermos fazendo ou pensando, desde que este segundo processo exija esforço mental), isto simplesmente não é possível e vai haver algum tipo de perda. Além da perda de informação, pode haver uma perda no relacionamento com o outro, que tende a  ficar com a impressão de que não lhe damos importância.

Portanto aqui vai um conselho: quando alguém lhe procurar para conversar, dependendo da sua disponibilidade, adote uma das seguintes posturas (em ambos os casos responda olhando nos olhos do seu intelocutor):

1.  Caso esteja sem disponibilidade de tempo agora, recuse, explique o motivo e sugira ter a conversa mais tarde.

2. Caso tenha disponibilidade, coloque-se totalmente à disposição da conversa que irá ocorrer, e pratique a escuta ativa . De maneira resumida, seguem os pontos principais para a prática da escuta ativa, retirados de um dos meus cursos:

a. Olhe atentamente para o outro.
b. Balance a cabeça com freqüência, confirmando que está entendendo.
c. Não interrompa o outro.
d. Incentive o outro a continuar caso ele demonstre insegurança.
e. Faça perguntas pertinentes, dando preferência a perguntas abertas (que NÃO  podem ser respondidas com SIM ou NÃO).
f. De tempos em tempos resuma o que ouviu, de forma a validar o seu entendimento.

É difícil? Provavelmente sim (para mim era demais, e ainda não é nada fácil!). Mas os ganhos compensam, e trata-se de uma habilidade interpessoal importante e que, como todas as outras, melhora com a prática!

***** Ivo Michalick, 10 de setembro de 2011, Belo Horizonte - BRASIL