sábado, 10 de setembro de 2011

Ouvir x escutar

Eu acredito que vários de vocês, como eu muitas vezes, já ouviram de alguém próximo a nós durante uma conversa algo como:

“Ei, estou falando com você!”

Aí a gente responde com algo como:

“Ué, eu estou te ouvindo, você acabou de falar isto, isto e mais isto.”

No que o outro responde mais ou menos assim, num tom meio aborrecido:

“Você está me ouvindo, mas não está me escutando!”

E o outro está certo na maioria das vezes! Estamos dividindo nossa atenção entre a fala do interlocutor e alguma outra atividade (como um trem de pensamento), e isto passa para o outro a impressão de que não estamos lhe dando atenção. E não adianta, mesmo que a gente ache que consegue manter os dois processos ativos ao mesmo tempo (ouvir o outro e o que mais estivermos fazendo ou pensando, desde que este segundo processo exija esforço mental), isto simplesmente não é possível e vai haver algum tipo de perda. Além da perda de informação, pode haver uma perda no relacionamento com o outro, que tende a  ficar com a impressão de que não lhe damos importância.

Portanto aqui vai um conselho: quando alguém lhe procurar para conversar, dependendo da sua disponibilidade, adote uma das seguintes posturas (em ambos os casos responda olhando nos olhos do seu intelocutor):

1.  Caso esteja sem disponibilidade de tempo agora, recuse, explique o motivo e sugira ter a conversa mais tarde.

2. Caso tenha disponibilidade, coloque-se totalmente à disposição da conversa que irá ocorrer, e pratique a escuta ativa . De maneira resumida, seguem os pontos principais para a prática da escuta ativa, retirados de um dos meus cursos:

a. Olhe atentamente para o outro.
b. Balance a cabeça com freqüência, confirmando que está entendendo.
c. Não interrompa o outro.
d. Incentive o outro a continuar caso ele demonstre insegurança.
e. Faça perguntas pertinentes, dando preferência a perguntas abertas (que NÃO  podem ser respondidas com SIM ou NÃO).
f. De tempos em tempos resuma o que ouviu, de forma a validar o seu entendimento.

É difícil? Provavelmente sim (para mim era demais, e ainda não é nada fácil!). Mas os ganhos compensam, e trata-se de uma habilidade interpessoal importante e que, como todas as outras, melhora com a prática!

***** Ivo Michalick, 10 de setembro de 2011, Belo Horizonte - BRASIL

Um comentário:

  1. Caro Ivo.
    Ótimo artigo. É importante nos relembrar da importância da "escuta ativa", tão fundamental num processo de comunicação assertiva. Nós estamos constantemente lidando com pessoas tanto no meio profissional quanto pessoal e, com isto, a construção de relacionamentos sólidos e duradouros está diretamente ligada a importância que damos ao nosso interlocutor.

    Abraço.

    Roberto Lopes

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