segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Doação de livros

Pessoal,


Neste final de ano em que a gente está fazendo um balanço geral e se planejando para 2012, eu dei uma geral na minha biblioteca e separei alguns livros para doação, seguem imagens abaixo:


 GP, Software e Marketing Cultural


  Política Externa e Direto


Pocket Books e Guias de Viagem (em inglês)


Quem quiser algum basta me mandar uma mensagem para combinar um jeito de buscar aqui em casa (moro no São Lucas)!


***** BELO HORIZONTE,  26 de dezembro de 2011

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Groupthink e a falsa unanimidade

Duas frases sobre o perigo da unanimidade:

1. "Toda unanimidade é burra." (Nelson Rodrigues, dramaturgo, 1912-1980)





2. "Se todo mundo está pensando igual, então é porque alguém não está pensando." George S. Patton, general americano e herói da Segunda Guerra Mundial (1885-1945)





Quando se lidera pelo medo ou ameaça corremos o risco chegar a um falso consenso ou unanimidade, vejam por exemplo as manchetes de hoje sobre o que está ocorrendo na Coreia do Norte, onde a se confirmar o previsto teremos o primeiro país do mundo governado por um integrante da Geração Y, ainda por cima educado na Suíça sorriso

Quem quiser saber mais sobre este fenômeno pesquise por "Groupthink", ou "Pensamento de grupo". O acidente com o ônibus espacial Challenger em 1986, provavelmente o pior da história espacial americana, teve como causa comportamental subjacente este fenômeno, como podemos ver no vídeo abaixo (em inglês):







Nas investigações feitas depois do acidente ficou claro que este poderia ter sido evitado se a opinião da equipe técnica tivesse sido considerada às vésperas do lançamento. Para mim esta foi a principal causa do acidente, e não o anel isolante (O - Ring seal) que foi identificado no relatório final do acidente. Este anel poderia perder parte de suas qualidades isolantes a baixas temperaturas, e no dia do lançamento a temperatura estava abaixo da faixa de segurança. A discussão mostrada no vídeo reproduz outra que teria supostamente ocorrido dentro do fornecedor do motor do ônibus espacial (do qual o anel fazia parte) na madrugada do dia do lançamento. No relatório oficial fica claro que os engenheiros envolvidos pelo lado do fornecedor se sentiram constrangidos a expor num momento de intensa pressão e de forma clara e inequívoca a opinião de que o lançamento deveria ser adiado.  


Em ambientes de projeto, considero o uso intensivo de gerenciamento de riscos como uma poderosa ferramenta contra o groupthink, mas temos que ficar alertas para este fenômeno o tempo todo, pois como vimos no exemplo acima as consequências podem ser desastrosas!



***** Ivo Michalick, 19 de dezembro de 2011, Belo Horizonte - BRASIL 

sábado, 17 de dezembro de 2011

Raul Seixas e Ortega Y Gasset

Pessoal,

Duas frases que adoro e coloco para reflexão de todos:

1. "Eu sou eu e minha circunstância, e se não salvo a ela, não me salvo a mim." (Ortega y Gasset, filósofo espanhol, 1883-1955, na obra "Meditações do Quixote")





2. "Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo" (Raul Seixas)





***** Ivo Michalick, 17 de dezembro de 2011, Belo Horizonte - BRASIL

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Relato da minha experiência para conseguir a certificação PMI-SP


Hoje (6-dez) eu finalmente obtive a credencial PMI-SP (SP = Scheduling Professional) do PMI. Eu disse finalmente pelo fato de ter me habilitado no início do ano (em 4-jan) e só agora ter finalmente feito a prova. Neste post de junho em que falo sobrealgumas certificações do PMI, incluindo esta  eu havia dito que pretendia fazer a prova “nas próximas semanas”, e acabei demorando cerca de seis meses para cumprir este marco...


Sobre a minha preparação

Como passo boa parte do meu tempo dando aulas baseadas em grande parte nas melhores práticas do PMI, eu havia me programado para fazer esta prova com um mínimo de estudo, algo da ordem de 40h, focadas basicamente em:

  - Releitura do Guia PMBOK;

  - Leitura crítica do padrão para Scheduling do PMI;

  - Realização de pelo menos 200 questões simuladas (pensei em usar uma edição antiga do livro da Rita Mulcahy que tenho em casa, por achar que esta parte de planejamento e controle não mudou tanto assim nos últimos anos).

Este plano explica em parte porque demorei tanto a fazer a prova, pois eu simplesmente não consegui alocar as 40h de estudo ao longo dos últimos meses. Um alerta soou no último reagendamento que fiz da prova para a data de hoje, feito em 25-nov. Se eu não fosse aprovado teria que pagar a taxa de reexame  de U$335 e muito provavelmente reagendar a prova para algum centro Prometric fora de Belo Horizonte, pois o daqui não mostrou datas disponíveis para agendamento a partir de 14-dez!


Faça o que eu digo mas não o que faço”, ou “Casa de ferreiro espeto de pau!”

Estes dois ditados populares vieram à minha cabeça no último final de semana, quando vi que não teria tempo de estudar como queria e não poderia adiar novamente a minha prova sob pena de, em caso de não ser aprovado na primeira tentativa, ter a minha elegibilidade de um ano vencida (em 4-jan próximo) e aí ter que fazer de novo todo o processo, do zero!

Fui portanto para o exame de uma forma que NÃO recomendo aos meus alunos, “com a cara e a coragem”... Deu emoção, mas a minha experiência profissional e como professor me ajudou demais e confirmou algo em que sempre acreditei: no caso do PMP e, penso eu, das outras provas do PMI baseadas em áreas afins ao Guia PMBOK (como as das credenciais PMI-SP e PMI-RMP), experiência conta muito, em especial quando casada com um bom conhecimento dos padrões associados. E eu, afinal, sempre cuidei dos cronogramas dos meus projetos, o nome do último cargo que ocupei antes de partir para meu atual vôo solo era

    Coordenador de Planejamento e Controle (na Vale)

Portanto, meu conselho aos colegas que pensam em buscar esta credencial e possuem experiência e vivência, e em especial para os que já possuem o PMP, é que façam a prova o quanto antes, se possível executando um plano similar ao que não consegui executar no meu caso! Seu conhecimento e experiência são seu maior diferencial neste exame, que como o PMP (que obtive em 2004) é fortemente focado em questões situacionais, só que neste caso o sujeito principal é o planejador do projeto ao invés do GP.

Além de questões específicas sobre prazo, vi muitas questões sobre escopo e integração (o que era de se esperar), mas também muita coisa sobre risco e comunicação. Achei o grau de dificuldade da prova razoável, e terminei tudo em cerca de 2h (a duração máxima é de 3,5h para 170 questões).

Também achei a prova bem feita, apesar de ter visto umas cinco questões que achei mal elaboradas e/ou confusas (ou então eram sobre assuntos que desconhecia rsrsrs).

A principal lição que tirei desta experiência foi que, para poder equilibrar a minha rotina (que pagas as minhas contas hoje) e meus projetos (que vão pagar as minhas contas no futuro) eu preciso ter um IMS – Integrated Master Schedule associado ao meu PEP – Planejamento Estratégico Pessoal.

Um IMS no meu caso é um cronograma que contenha todas as atividades previstas para o meu portfólio de projetos e a rotina operacional para o próximo período. Penso em fazer um que cubra no detalhe até o final de 2012, e para isto devo usar o MS Project 2010, pela facilidade de uso e por ter adquirido uma licença do produto pouco depois que decidi partir para uma carreira solo em maio de 2010. O melhor conjunto de ferramentas que tenho hoje é uma planilha Excel e um diário de atividades em Word. Os dois me ajudam demais, mas esta experiência com o PMI-SP e o fato de ser na maioria dos casos meu próprio GP e planejador me fizeram partir para algo mais sofisticado!


***** Ivo Michalick, 6 de dezembro de 2011, Belo Horizonte - BRASIL

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

"Maratona Texana"


Andei meio sumido, é que depois de quase duas semanas no Texas (de 15 a 28-out) precisei colocar as coisas em dia antes de sequer pensar em postar de novo, afinal preciso pagar as contas e comprar o leite da Bianca J

Quero falar neste post sobre a minha experiência no Texas nestas duas semanas, vamos lá:

1. Contexto

Conforme eu falei em outro post, eu fui para a região de Dallas para uma série de eventos e atividades ligados ao PMI, e queria falar um pouco aqui de cada um deles, vamos lá!

2.  LIMC

LIMC = Leadership Institute Master Class, um programa de capacitação de líderes oferecido pelo PMI aos seus voluntários no mundo todo. Confesso que estava meio apreensivo sobre o que esperar deste primeiro ciclo presencial (serão três no total, mais atividades à distância, num programa com duração de um ano), mas devo dizer que superou as minhas expectativas! 32 colegas de mais de 10 países diferentes, todos envolvidos com GP em suas vidas e com alto nível de competência e experiência, em boa parte por conta do rigoroso processo seletivo conduzido pelo PMI.

Nos três dias eu tive oportunidade de me conhecer ainda melhor, aprender um MUNDO de coisas com aplicação IMEDIATA na minha atuação profissional, desenvolver um relacionamento inicial e promissor com 31 potenciais novos amigos e discutir de forma interessante e inteligente temas que estudo bastante mas nem sempre tenho oportunidade de debater com outras pessoas, como liderança, confiança, autoconhecimento e personalidade, dentre outros.


Mark Langley, CEO do PMI, durante aula do LIMC em Dallas



"Leadership = Relationship"

Na próxima fase do programa vamos ter algumas seções de coaching e uma avaliação 360º, algo que sempre tive vontade de fazer! As próximas reuniões presenciais já estão marcadas, vão acontecer ano que vem em março (Orlando, Estados Unidos) e outubro (Vancouver, Canadá, juntamente com o LIM e o Global Congress North America, vai ser uma “maratona canadense”).

Uma coisa bem legal deste programa é que a turma é dividida em grupos de estudos cujos integrantes interagem entre si ao longo de toda a duração do programa. O meu grupo ficou bem legal: um brasileiro, uma canadense, um indiano e uma americana!


3 .    LIM

LIM = Leadership Institute Meeting, um programa de capacitação e desenvolvimento de líderes que atuam como voluntários junto ao PMI. Mais uma iniciativa do PMI voltada para seus voluntários. Este foi meu sexto LIM, mas o primeiro nos Estados Unidos, e o tamanho do evento impressionou: cerca de 800 participantes, número similar/superior ao de um Congresso de GP aqui no Brasil.

Das palestras assistidas eu destaco duas:

“Project Leadership Skills to Revolutionize Your Community”, por Joe Luttrell, PMP

Falou sobre liderança com base em personalidades históricas que admiro bastante, mas vejam o que ele arrumou no meio da palestra:


Joe Luttrell caracterizado como Abraham Lincoln em sua palestra


“The Safari of Self Discovery”, por Stefan Swanepoel

Palestra sobre autoconhecimento, tema pelo qual tenho grande interesse. Visão bem heterodoxa, baseada nas características principais de alguns dos animais do Serengeti, uma região da África entre Tanzânia e Quênia onde (com)vivem alguns milhões de animais. Depois da palestra eu li o livro do Stefan






4 .    Global Congress

Foi meu quarto Global Congress, mas meu primeiro nos Estados Unidos. Simplesmente o maior evento de GP de que já participei na vida, devia ter umas 4.000 pessoas, e tinha momentos em que tínhamos 16 (isto mesmo, DEZESSEIS!) palestras simultâneas...

Eu vi muita coisa boa, e notei alguns pontos interessantes:

   - O nível das palestras foi alto no geral, mas varia muito, o que também ocorre em eventos de GP aqui no Brasil;

 - Apesar de todas as palestras serem em inglês, tínhamos palestrantes e congressistas de diversas partes do mundo (incluindo eu!), o que dá um tom cosmopolita e torna o evento ainda mais interessante;

Vários destaques, como palestrante cantando durante a palestra, como Roy Pool e Frank Saladis (que tem no Youtube o seu “PM Blues” ). Assisti uma palestra que praticamente valeu a ida a Dallas, “Managing Projects with the Brain in Mind”: The Neuroscience of Leadership”, por Samad Aidane. Motivo: o palestrante parece ter lido EXATAMENTE os mesmos livros que venho lendo e chamando a minha atenção nos últimos tempos, com destaque para “Your Brain at Work: Strategies forOvercoming Distraction, Regaining Focus, and Working Smarter All Day Long" , por David Rock


O David estuda liderança com foco em como nosso cérebro trabalha, e dá umas sugestões bem fáceis de entender e aplicar sobre como podemos trabalhar melhor com o nosso cérebro. O Samad apresentou na palestra o modelo SCARF do David, cuja leitura recomendo fortemente para quem quer entender um pouco mais sobre a ligação entre cérebro, comportamento e trabalho colaborativo.

A palestra do Malcolm Gladwell, de quem sou grande fã (já li todos os livros dele, é um daqueles poucos autores que nos fazem pensar em coisas que nunca passaram pela nossa cabeça!), foi legal, mas eu esperava algo que me fizesse pensar mais. Ele falou sobre inovação e o conceito de “borrowers” e “tweakers”, pessoas que inovam não criando algo novo a partir do zero, mas sim a partir do empréstimo e manipulação de ideias e conceitos pré-existentes. Clayton Christensen já vem falando sobre isto há alguns anos... 

Aqui tem uma resenha (em inglês) sobre a palestra do Gladwell.

Dentre as centenas de palestras apresentadas no evento tivemos a minha J Falei sobre Negociação em Projetos e devo confessar que estava MUITO nervoso no início, tanto que falei sobre isto logo na abertura e com isto me acalmei. Sei que sou palestrante com uma certa experiência, mas sou também uma pessoa tímida e, apesar de já ter dado palestra em inglês fora do Brasil (Milão e Cancun), foi a primeira vez que dei palestra em inglês nos Estados Unidos, justamente na cidade onde vivi por três anos. O retorno que tive de algumas pessoas que assistiram foi bem legal, e foi bom sair da minha zona de conforto.


Eu durante minha palestra no Congresso


Depois do Congresso eu ainda arrumei tempo para visitar a Naveen Jindal School of Management na UT Dallas, em Richardson , uma referência importante em programas de GP (MBA e Curta Duração) e onde fui muito bem recebido por integrantes da direção da escola.


Naveen Jindal School of Management na UT Dallas, em Richardson


5 .    Conclusão

Viajar é bom demais, e combinar viagem com estudo é melhor ainda! A região de Dallas voltou a ser minha “casa” por duas semanas, me senti SUPER bem me hospedando num motel (conceito americano, não brasileiro: você estaciona o carro no estacionamento e entra no seu quarto sem precisar passar por uma portaria) e rodei a região de DFW (Dallas Fort Worth) pra tudo quanto é lado num Nissan Pathfinder, deu para matar boa parte da saudade dos tempos em que morei por lá (1998 a 2001).



O Master Class continua por mais quase um ano, já estou com tudo pronto para Orlando em março e Vancouver em outubro e voltei com um monte de ideias para novos projetos!


***** Ivo Michalick, 10 de novembro de 2011, Belo Horizonte - BRASIL

domingo, 9 de outubro de 2011

Curvas de aprendizado e as 10.000 horas de Malcolm Gladwell


Você já notou que, sempre que vai desenvolver uma nova atividade, tende a ser mais rápido e eficiente quanto mais a repete? Isto se deve à chamada curva de aprendizado, um fenômeno descrito formalmente pela primeira vez por Wright em 1936.

Segundo a teoria da curva de aprendizado, à medida em que uma pessoa executa uma tarefa repetidas vezes, o tempo gasto na tarefa tende a se reduzir, até chegar a um valor-limite. É claro que esta evolução varia de acordo com a pessoa e a natureza da atividade, mas trata-se de um fenômeno universal e que deve ser levado em conta em projetos e atividades de rotina que demandem uma grande quantidade de treinamento em função de novas atividades.

MalcolmGladwell, um dos meus autores contemporâneos preferidos, apresenta em um dos capítulos de O que se passa na cabeça dos cachorros a sua “teoria das 10 mil horas”, claramente inspirada nos conceitos de curva de aprendizado. Ao estudar profissionais de sucesso como Bill Gates, os Beatles e até Mozart, Gladwell identificou um padrão que se repetia em cada uma das histórias:

  • ·        Bill Gates, antes de comercializar seu primeiro software, acumulou 10 mil horas de prática em programação de computadores numa universidade próxima de sua casa;

    ·        Os Beatles, antes de alcançar sucesso em nível mundial, tinham praticado 10 mil horas em palcos como os de Hamburgo, tocando música de vários estilos diferentes;

    ·        Mozart, claro, acumulou 10 mil horas de composições, iniciadas ainda na infância, antes de produzir suas maiores obras-primas.


Isto nos faz pensar, não? Para saber mais especificamente sobre esta teoria, confira o livro ou este vídeo com o próprio autor:



Gladwell é um dos meus autores preferidos de não-ficção pelo fato de, além de escrever de uma forma extremamente agradável (ele deve ter treinado pelo menos 10.000 horas até lançar seu primeiro – e até hoje melhor, na minha opinião – livro, “TheTipping Point”/”O Ponto da Virada”  ), sempre dizer coisas que me fazem pensar um bocado...

E vejam que legal, eu vou ter oportunidade de pela primeira vez assisti-lo ao vivo este mês no dia 23, ele é o palestrante de abertura do Congresso Global do PMI em Dallas, acho que só esta palestra vai valer a viagem!

Por fim, uma nota pessoal sobre “The Tipping Point”: foi lendo este livro logo que ele saiu em 2000 que eu abracei de vez o meu lado "maven"  , e isto é de certa forma uma das principais motivações que tenho para manter este blog.

Este meu lado que gosta de compartilhar coisas legais com os outros já se manifestou em outras frentes, se você gosta de música confira por exemplo este texto meu sobre World Music escrito em 2003.

Como vou ficar em Dallas por duas semanas a partir deste final de semana acho que só volto a postar por aqui no final do mês ou no início de novembro, e então aproveito para contar como foi a viagem. See ya!

***** Ivo Michalick, 9 de outubro de 2011, Belo Horizonte - BRASIL

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Sustentabilidade: uma visão pessoal


Nestes tempos em que sustentabilidade virou uma das “palavras da hora”, eu gostaria de falar um pouco sobre minha visão sobre este conceito: para mim, toda vez em que preciso tomar uma decisão sobre um projeto, penso em como isto pode afetar esta pessoa aqui:


Depois de ser pai pela primeira vez, aos 44 anos de idade, passei a ver o mundo de uma maneira TOTALMENTE diferente e (assim espero!) mais “certa”: fiquei ao mesmo tempo mais intolerante com a incompetência e o desperdício (que nos tiram tempo e recursos que poderíamos dedicar àqueles que mais nos importam) e compreensivo com as falhas dos outros, pois passei a enxergar toda pessoa de uma forma parecida como enxergo a mim (como pai) ou a minha esposa (Luiza) e filha (Bianca). Isto deveria ser óbvio, mas parece que a gente se esquece a toda hora: TODO mundo é filho de alguém, e MUITOS de nós são responsáveis por cuidar de filhos, assim como eu...

Esta visão nos ajuda a ficar concentrados no que REALMENTE importa nas nossas vidas e a buscar sair do ciclo de correria/urgência que muitos de nós nos impomos a nós mesmos. Por exemplo: você entraria numa guerra sabendo que seu filho estaria entre os primeiros a serem despachados para o campo de batalha? Ou aceitaria atuar num projeto que vai deixar um legado de poluição para a geração dos seus filhos? Convido a todos a refletir sobre isto.

*** Este texto é uma homenagem ao Pedro, meu mais novo sobrinho, que chegou ao mundo ontem à noite e me fez pensar ainda com mais força o que estou fazendo para que ele, Bianca e todas as crianças do mundo tenham um futuro melhor.

***** Ivo Michalick, 27 de setembro de 2011, Belo Horizonte - BRASIL

sábado, 10 de setembro de 2011

Ouvir x escutar

Eu acredito que vários de vocês, como eu muitas vezes, já ouviram de alguém próximo a nós durante uma conversa algo como:

“Ei, estou falando com você!”

Aí a gente responde com algo como:

“Ué, eu estou te ouvindo, você acabou de falar isto, isto e mais isto.”

No que o outro responde mais ou menos assim, num tom meio aborrecido:

“Você está me ouvindo, mas não está me escutando!”

E o outro está certo na maioria das vezes! Estamos dividindo nossa atenção entre a fala do interlocutor e alguma outra atividade (como um trem de pensamento), e isto passa para o outro a impressão de que não estamos lhe dando atenção. E não adianta, mesmo que a gente ache que consegue manter os dois processos ativos ao mesmo tempo (ouvir o outro e o que mais estivermos fazendo ou pensando, desde que este segundo processo exija esforço mental), isto simplesmente não é possível e vai haver algum tipo de perda. Além da perda de informação, pode haver uma perda no relacionamento com o outro, que tende a  ficar com a impressão de que não lhe damos importância.

Portanto aqui vai um conselho: quando alguém lhe procurar para conversar, dependendo da sua disponibilidade, adote uma das seguintes posturas (em ambos os casos responda olhando nos olhos do seu intelocutor):

1.  Caso esteja sem disponibilidade de tempo agora, recuse, explique o motivo e sugira ter a conversa mais tarde.

2. Caso tenha disponibilidade, coloque-se totalmente à disposição da conversa que irá ocorrer, e pratique a escuta ativa . De maneira resumida, seguem os pontos principais para a prática da escuta ativa, retirados de um dos meus cursos:

a. Olhe atentamente para o outro.
b. Balance a cabeça com freqüência, confirmando que está entendendo.
c. Não interrompa o outro.
d. Incentive o outro a continuar caso ele demonstre insegurança.
e. Faça perguntas pertinentes, dando preferência a perguntas abertas (que NÃO  podem ser respondidas com SIM ou NÃO).
f. De tempos em tempos resuma o que ouviu, de forma a validar o seu entendimento.

É difícil? Provavelmente sim (para mim era demais, e ainda não é nada fácil!). Mas os ganhos compensam, e trata-se de uma habilidade interpessoal importante e que, como todas as outras, melhora com a prática!

***** Ivo Michalick, 10 de setembro de 2011, Belo Horizonte - BRASIL

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Eu no Youtube, e mais sobre carreira, GP e PMI

Pessoal,


Segue link para entrevista gravada comigo no 14o. Seminário de GP do IETEC ( onde dou aula e coordeno cursos na área) em julho passado aqui em BH:






Quer tomar uma dose de humildade? Procure se assistir falando em público. No meu caso não gostei: boca torta, piscando demais, sem saber para onde olhar... E olha que já melhorei muito!


Completando a parte final, onde falo sobre PMI: em outubro (depois do congresso do PMI-MG em Belo Horizonte em 19 e 20 de setembro) eu volto a Dallas, Texas, cidade que adoro e na qual vivi e trabalhei de 1998 a 2001, para uma verdadeira "maratona PMI", confiram:


17 a 19 de outubro: vou participar do primeiro encontro presencial da turma 2012 do LIMC. LIMC = Leadership Institute Master Class, um programa de capacitação de líderes que o próprio PMI define como:


A journey of self-discovery and leadership development.” (Uau!)


Ontem participei de uma fonoconferência de preparação e devo dizer que estou super animado, somos 32 alunos na turma, de países como Croácia, Argentina, Espanha, Estados Unidos, Canadá, Índia, México, China, Polônia, França e Jamaica. Sou voluntário do PMI desde 2005 e esta é a maior oportunidade de capacitação pessoal e profissional que me foi colocada desde a conclusão do meu mestrado no distante ano de 1992.


Você é voluntário do PMI e quer saber mais sobre esta experiência? Confira esta entrevista do colega Luis Augusto dos Santos sobre a sua seleção para a turma de 2010, na época em que ele era Presidente do PMI-SP (capítulo de São Paulo).


20 a 22 de outubro: vou participar do LIM North America. LIM = Leadership Institute Meeting, um programa de capacitação e desenvolvimento de líderes que atuam como voluntários junto ao PMI. Será o meu sexto LIM, já participei de edições do evento em Santiago (Chile), Cancun (México), São Paulo (Brasil), Milão (Itália) e Florianópolis (Santa Catarina). E já estou me programando para um outro LIM em março do ano que vem, em Buenos Aires!


De todas as minhas atividades junto ao PMI acho que a participação em LIMs é uma das que mais me trazem retorno, através dela conheci colegas do mundo inteiro e esta rede já me ajudou em mais de uma ocasião.


22 a 25 de outubro: vou participar do meu primeiro Global Congress North America. Este é simplesmente o MAIOR evento de GP no Mundo, a abertura ano passado foi com Bill Clinton e o evento teve mais de 3.500 participantes. E este ano a abertura será com um dos meus autores preferidos, Malcolm Gladwell, que já andei recomendando por aqui em outros posts, como este.


Vou ainda arrumar um tempo para fazer uma visita à UTD. Eles possuem um programa de gerenciamento de projetos bem interessante que eu quero muito conhecer com vistas a possíveis futuros projetos. E claro, vou separar um tempo para me divertir um pouco numa cidade que adoro!


Legal, não? Só que tudo isto tem um custo, em especial de dedicação de tempo pessoal, e precisa estar devidamente planejado (olha eu falando de PEP de novo...). Eu estou desde maio do ano passado numa espécie de "sabático parcial" do qual já saíram vários projetos pessoais e profissionais, alguns já pagando as contas de hoje, e outros que se derem certo vão me deixar a vida bem mais tranquila a partir do ano que vem. E uma coisa não tem preço: trabalhando em casa a maior parte do tempo eu acompanho de perto os primeiros anos de vida da Bianca, minha primeira e única filha. E isto, como diz aquele comercial de uma famosa bandeira de cartão de crédito, "não tem preço"!


E como falei muito do Texas, termino com uma recomendação musical de um músico texano que adoro:






Lyle Lovett: "That's Right (You're Not From Texas)"



***** Ivo Michalick, 23 de agosto de 2011, Belo Horizonte - BRASIL

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Para nos fazer pensar




“Our economy has reached a logical conclusion. The race to make average stuff for average people in huge quantities is almost over. We´re hitting an asymptote, a natural ceiling for how cheaply and how fast we can deliver uninspired work.

Becoming more average, more quick, and more cheap is not as productive as it used to be.

Manufacturing a box that can play music went from $10,000 for a beautiful Edison Victrola to $2,000 for a home stereo to $300 for a Walkman to $200 for an iPod to $9 for an MP3 memory stick. Improvements in price are now so small they´re hardly worth making.

Shipping an idea went from taking a month by boat to a few days by plane to overnight by Federal Express to a few minutes by fax to a moment by e-mail to instantaneous by Twitter. Now what? Will it arrive yesterday?

So, what´s left is to make – to give – art. What´s left is the generosity and humanity worth paying for. What´s left is to take that resistance (the very same resistance we embraced and rewarded for decades) and destroy it.”

Para quem busca um texto claro e conciso sobre o que está acontecendo com o Mundo acho que este é um exemplo excepcional. O problema (ou princípio da solução) são as conclusões às quais ele nos leva, como por exemplo sobre nossos atuais sistemas educacionais e os efeitos destes sobre os nossos filhos, bem como a forma como nossas organizações estruturam os processos de trabalho...

Eu recomendo “Linchpin”, para mim é um livro que está na mesma classe de “Pensando Diferente”, de Humberto Mariotti (meu preferido no meu “Top 10 Literário de 2010”) e “Drive”, de Daniel Pink (minha melhor leitura em 2011 até agora). Ah, e tem tradução em português


Daniel Pink também faz uma analogia interessante com assíntotas, confiram detalhes aqui.

***** Ivo Michalick, 11 de agosto de 2011, Belo Horizonte - BRASIL

sexta-feira, 22 de julho de 2011

PMP para veteranos

Em função do anúncio feito pelo PMI das mudanças que o exame PMP irá sofrer a partir de 31-ago próximo, nos últimos dias alguns colegas tem me perguntado como devem proceder para obter a certificação antes das mudanças. No caso de colegas mais veteranos a minha resposta padrão segue abaixo, passo a passo:


0. Verificação de elegibilidade: verifique se você atende os requisitos de experiência (4500 horas de experiência em atividades de liderança e direção de projetos distribuídas por 36 meses nos últimos 8 anos) e educação em GP (vale qualquer curso ou cursos, feitos por você em qualquer época da sua vida, que somem no mínimo 35 horas de treinamento focado em áreas de conhecimento de GP).

1. Se filiar ao PMI e opcionalmente a algum capítulo brasileiro (de preferência o PMI-MG, do qual sou o atual Presidente!). Custa U$129, mais U$20 do capítulo. Isto irá te dar desconto na inscrição para a prova (sai por U$405 ao invés de U$555) e todos os benefícios da filiação, como por exemplo acesso a versão PDF de todos os padrões do PMI, incluindo o Guia PMBOK.

2. Baixar o Guia PMBOK na área de membros do portal do PMI e fazer uma leitura crítica, começando pelo glossário (muito importante!).

3. Realizar o processo de inscrição para o exame. Se você não for selecionado para auditoria isto deve levar cerca de duas semanas. Se for auditado adicione mais umas quatro semanas.

4. Agendar a prova, que é aplicada online no Brasil em centros Prometric.

5. Comprar e estudar o livro da Rita Mulcahy. No total ele tem cerca de 400 questões simuladas.

6. Fazer pelo menos um simulado completo de 200 questões no mesmo horário em que agendou o exame, até 10 dias antes da data marcada. O ideal é buscar um simulado confiável e que não repita as questões do livro da Rita.

7. Caso se sinta confortável com o resultado, vá em frente e faça a prova. Recomendo um dia antes dar uma nova lida no glossário e capítulos 1 a 3 do Guia PMBOK. Caso não se sinta confortável reagende a prova mais para a frente (até uma semana antes não tem custo por reagendamento) e faça uma revisão nos estudos. Caso reagende para depois de 30-ago se prepare para uma possível revisão em função das mudanças no exame.

8. Caso não seja aprovado, pegue seu "score report" para identificar as  áreas em que precisa estudo adicional, faça um plano de ação e já reagende um novo exame. Como você se filiou no passo 1 isto vai te custar U$275, ao invés de U$375 para não-filiados. Você pode fazer até duas tentativas dentro do ano em que se inscreveu.

Sobre a data do seu exame, compartilhe com o menor grupo de pessoas possível, isto é assunto pessoal e privado de alta prioridade. Deixe para tornar a coisa pública depois que tiver sido aprovado, a melhor pressão neste tipo de projeto é a que colocamos sobre nós mesmos (por isto a recomendação de agendamento do exame logo no item 4).

Agora, caso você não tenha disciplina para estudar por conta própria, avalie a possibilidade de fazer um curso preparatório, mas o investimento (principalmente em tempo, as durações começam a partir de 40h de aula) é alto!

Quando for fazer a prova procure recitar este "mantra do PMP", de minha autoria, que deve te ajudar a entrar no "estado mental" ideal para fazer a prova:

Eu sou gerente de projetos em uma grande organização com estrutura matricial forte. Eu gerencio projetos internos e alinhados com nosso planejamento estratégico. Eu e minha equipe somos totalmente dedicados ao projeto, que gerencio com base em uma metodologia interna de GP aderente ao Guia PMBOK. Nós gerenciamos projetos com base em padrões éticos universais, e em caso de conflitos entre partes interessadas eu priorizo os interesses do cliente. Parte do meu projeto foi terceirizada, e para esta parte eu utilizo um sistema de controle de mudanças contratuais. Busco ser sempre proativo nas situações de conflito indesejável (afinal um mínimo de conflito sempre é bom em projetos), usando sempre que possível o método de confrontação. Quando esgoto minhas possibilidades de resolução de conflitos eu aciono sempre a minha gerência superior. E claro, eu ADORO gerenciar projetos!


 Está em dúvida sobre se vale a pena buscar o PMP? Leia este meu outro post e reflita antes de iniciar o projeto!


***** Ivo Michalick, 22 de julho de 2011, Belo Horizonte - BRASIL