Há meses estou por postar aqui a terceira e última da minha série sobre certificações em GP (as duas primeiras partes, focadas nas certificações oferecidas pelo PMI, foram postadas por aqui em 26-mai e 16-jun do ano passado).
Esta terceira e última parte é para falar sobre as certificações PRINCE2 (ligada ao Cabinet Office, uma espécie de casa Civil do Governo Britânico) e IPMA A maior dificuldade para mim neste caso é falar sobre certificações de grande relevância (existem várias outras no mercado, mas considero estas e as do PMI como sendo as de maior evidência atualmente) mas com as quais não possuo familiaridade. Aí tive uma ideia: que tal recorrer aos "universitários"?
Neste caso os "universitários" foram os colegas Sueli Barroso de Oliveira, , companheira de diretoria no PMI-MG, onde ocupa atualmente a Vice-Presidência, e Antonio Manuel Andrade Dias, Presidente da APOGEP, unidade IPMA de Portugal.
Seguem os dois depoimentos:
PRINCE2, por Sueli Barroso de Oliveira:
Eu escolhi a Raro
Trainning que, na época era a única credenciada que oferecia o preparatório
para o Practitioner. A Raro é parceira
da Elumini que é um ATO (Accredited Training Organisation).
No Brasil somente o
Aldacir Ângelo é Prince2 Approved Trainer, acho que o Farhad está se preparando
para obter a credencial também.
Outra empresa que fornece
o treinamento é a Lean Six Sigma que não tinha o Practitioner quando fiz o
curso - o Pessoal da Lean Six Sigma tem parceria com uma empresa escocesa que
envia um professor para dar o curso.
O treinamento é dividido em 3 etapas:
·
A primeira etapa é a
leitura do manual antes do curso, a Raro me enviou o manual do Prince2 com
antecedência para uma leitura mínima de 20 horas.
·
A segunda tem a duração de
24 horas e mostra toda a metodologia Prince2, no terceiro dia eu fiz a prova de
Foundation - são 75 questões das quais precisamos acertar 35. O teste para
Foundation é de múltipla escolha e as questões são relativamente fáceis.
·
A terceira etapa tem a
duração de 16 horas e nela é feita uma revisão do que foi visto nos 3 primeiros
dias e depois o são feitos testes simulados com correção e comentários do
professor. Na tarde do quinto dia é aplicado o teste para Practitioner. A prova
tem a duração de duas horas e meia com 9 questões onde cada questão tem 12
itens, ou seja, no total são 108 questões. Para passar no exame é necessário acertar 59 questões.
O teste para Practitioner é com consulta ao manual, mas
exige além do conhecimento da metodologia, uma visão gerencial.
·
É dado um caderno que
contém um cenário descrevendo a organização, a lógica do negócio e os objetivos
do projeto. O caderno de cenário poderá conter informações adicionais a serem
usadas em uma ou mais das nove questões. (no teste que fiz, em todas as
questões eu precisei consultar o cenário ou as informações adicionais).
·
O caderno com as questões
·
e a folha de respostas.
No
exame Practitioner, são testados os sete temas e mais 2 dois grupos de
processos dos três abaixo.
·
Tema Business case
·
Tema Organização
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Tema Qualidade
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Tema Planos
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Tema Riscos
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Tema Mudanças
·
Tema Progresso
·
Processos Starting up a Project (SU) e Initiating a
Project (IP)
·
Processos Directing a Project (DP), Managing a Stage
Boundary (SB) e Closing a Project(CP)
·
Processos Controlling a Stage (CS) e Managing Product
Delivery (MP)
Eu achei o teste difícil, devido
ao formato das questões e o tempo que é muito curto.
As questões têm o seguinte
formato:
·
Questões onde é necessário
encontrar duas respostas corretas
·
Questões onde existe uma
afirmativa que precisamos informar se é falsa ou verdadeira e outra afirmativa
que pode ser a explicação da primeira ou não - esta também precisamos informar
se é falsa ou verdadeira. Com base no
resultado das duas é que iremos encontrar a opção correta - letra A/B/C /D/E
·
Questões referentes aos
documentos do caderno com o cenário, onde precisamos justificar o conteúdo e se
está no item correto do documento.
·
E finalmente questões
também referentes ao cenário que são relativas aos papéis e responsabilidades.
O estudo antes do curso é
super importante e é preciso entender bastante sobre os papéis e
responsabilidades, documentos utilizados e quando são utilizados.
Não é necessário saber
exatamente o conteúdo de cada documento, pois pode-se consultar no manual na
hora da prova, mas é importante conhecer todos os documentos utilizados.
Importante também saber
exatamente a comunicação entre os níveis hierárquicos definidos no Prince2 e
quais documentos podem ser enviados e recebidos em cada nível.
Dica: marcar os capítulos do manual com post-it para não perder tempo
procurando o capítulo na hora da prova.
Custo/Benefício:
Para quem tem inglês
fluente, de repente vale a pena fazer o preparatório em Londres - é preciso
comparar os custos - eu paguei R$4.050,00
no Brasil - incluindo as inscrições para as provas. Esperei 5 semanas
para saber o meu resultado do Practitioner
e 6 semanas para receber o certificado.
Quem fez o curso em
Londres, ficou sabendo do resultado na semana seguinte e recebeu o certificado
juntamente com o resultado.
Bom,
acho que lembrei de tudo...
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Completando o depoimento da Sueli: para quem quiser adquirir os manuais do PRINCE2 seguem os links:
Eu adquiri estes dois e mais este:
Caso me anime a fazer as provas, devo me preparar via autoestudo e fazer a prova fora do Brasil ou por aqui mesmo, numa unidade do British Council.
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Certificações da IPMA, por Antonio Manuel Andrade Dias:
Para as
Organizações gerirem os seus projetos com um elevado grau de profissionalismo,
assegurando que os resultados esperados contribuem com qualidade e
atempadamente para as necessidades de negócio e para a concretização das
estratégias, torna-se necessária a conjugação das competências individuais com
sistemas de governação adequados à natureza dos projetos que a Organização
realiza.
Esta foi sem dúvida
a principal razão da minha aproximação ao mundo da IPMA e ao seu modelo de
certificação baseado em competências.
A IPMA, a
mais antiga associação de gestão de projetos foi fundada em 1965, com o nome
“INTERNET”, um fórum de profissionais em rede, com a finalidade de promover e
disseminar a disciplina da Gestão de Projetos – Programas e Portefólios.
Rapidamente
evoluiu para um modelo federalista de associações que com as suas naturais
diferenças se vem afirmando neste mundo global.
Hoje mais de 50 países fazem parte
destas “Nações Unidas da Gestão de Projetos” contribuindo para o
desenvolvimento desta disciplina, focando-se em competências – 20 Técnicas, 15 Comportamentais
e 11 Contextuais.
O reconhecimento cada vez maior da
Gestão de Projetos como profissão impulsionou a criação um modelo de
certificação para profissionais da área, diferenciando-se dos demais modelos
pelos quatro níveis, que buscam acompanhar o desenvolvimento e a carreira de um
Gerente de Projetos.
Esta avaliação de competências
assegura que o conhecimento, a experiência e a atitude acompanham o
desenvolvimento do profissional desta área.
O nível mais baixo – nível D –
certifica que o candidato possui conhecimento que aplica normalmente em alguns
campos da sua especialidade técnico.
O nível seguinte C – tem como
requisitos mínimos 3 a 5 anos como Gestor de Projeto e deve ter a capacidade
para gerir com razoável independência projetos não complexos e apoiar o gestor
de um projeto complexo em todas as áreas de aplicação da gestão de projetos.
O
nível B deste modelo requer 5 a 10 de experiência em gestão de projetos, dos
quais 5 devem ter sido na gestão de projetos “complexos”.
O nível A – Certified
Project Director deve possuir 10 anos de experiência como gestor de projetos, dos quais 5 anos,
como diretor de programas ou como diretor de
gestores de projeto, com interferência direta na gestão do portfólio de projetos
e do relacionamento com os clientes externos ou internos
Refira-se que nestes três níveis
atrás referenciados – C, B e A o candidato é submetido a um assesement com a duração de um dia,
conduzido de forma independente por assessores/peritos que além do
conhecimento, validam a experiência e atitude dos
candidatos.
Cada país possuiu a sua Comissão de
Certificação – independente da Associação local – seguindo o preconizado pela
norma ISO/IEC 17024 – conferindo uma certificação internacional válida em todos
os países do mundo IPMA.
Se perguntarem, qual a certificação
deve o profissional optar, e sempre com base nas exigências do mercado global,
diria que as certificações mais reconhecidas IPMA e PMI agregam “valor” e
complementam-se.
Para mais informações http://ipma.ch
Bons Projetos!
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Completando o depoimento do Antonio: quem pensa em buscar uma certificação IPMA, ou quer conhecer mais sobre esta organização, pode começar conferindo o modelo de competências deles, que pode ser obtido sem custo neste link. A IPMA possui uma unidade no Brasil, a IPMA Brasil.
Não tenho informações sobre onde, como ou quando o processo de certificação da IPMA é oferecido no Brasil, recomendo a quem quiser maiores informações a respeito que faça contato com a IPMA Brasil no link citado acima.
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