segunda-feira, 13 de julho de 2020
Tô cansado
Quem é da minha geração deve ter lembrado na hora do clássico dos Titãs. Aliás, música tem sido uma das coisas que mais tem me ajudado a enfrentar este período de isolamento social, que por aqui começou em 17 de março..
Estou acostumado a trabalhar a maior parte do tempo em casa, esta tem sido minha rotina principal desde 2010, mas se tem uma coisa que está sendo MUITO difícil de lidar é a tal da "escola virtual" para as minhas filhas (7 e 11 anos). Na verdade esta experiência deixou claro que o modelo atual de ensino infantil, praticamente o mesmo de quase 50 anos atrás, quando fiz o curso primário, não atende plenamente as necessidades das nossas crianças. A nova BNCC (se você é pai de crianças em idade escolar e não sabe o que é isto pare de me ler AGORA e vá pesquisar) deveria estar mudando isto para melhor, e eu estava esperançoso até o início deste ano, mas estes quase quatro meses deixaram claro que tentar tornar virtual um modelo ultrapassado acaba amplificando as deficiências deste modelo. E não que sirva de consolo, mas este não parece ser um problema local, mas basicamente mundial (matéria bem interessante da CNN sobre o assunto).
E a resistência das escolas em revisar o valor das mensalidades?! Nossa, foi mais fácil negociar com locador, operadora de internet e até de cartão de crédito do que com a escola das minhas filhas... Aliás, negociação em si não houve, há algumas semanas enviaram uma circular anunciando um "acordo" concedendo x% de desconto, não cumulativo com outros descontos que já eram concedidos, como o de irmãos. Este tipo de coisa me tira do sério, pois acho muito importante usarmos as palavras de foma correta, e um comunicado unilateral não pode de jeito nenhum ser chamado de acordo (por isto usei as aspas). Por enquanto, apesar da sua relevância e pertinência, optei por desistir de levar esta discussão adiante, pois existem questões ainda maiores relacionadas ao ensino dos nossos filhos nestes tempos de pandemia. Mas devo dizer uma coisa: "tô cansado", e acredito que muitos pais, mães, alunos, e também professores, coordenadores, diretores e demais partes interessadas envolvidas (incluindo principalmente, assim espero, nosso Ministério da Educação) com o ensino de crianças e jovens também estejam.
Só que pela importância do assunto nas nossas vidas não podemos simplesmente deixar a coisa de lado. E há esperança, para quem quiser ver um pouco do que pode ser feito recomendo fortemente este livro:
"Metodologias Inov-Ativas na Educação Presencial, a Distância e Corporativa" ( por Carolina Costa Cavalcanti e Andrea Filatro, 2018)
Eu o incluí na minha lista do que li e gostei em 2019.
Enquanto isto recorro ao carinho da minha família e amigos e ao conforto dos meus estudos, em especial sobre Inteligência Emocional, CNV (Comunicação Não-Violenta) e mindfulness, para seguir em frente. E sim, eu sei que não está fácil para ninguém!
*** Belo Horizonte, 13 de julho de 2020 (119 dias de isolamento social e contando!)
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