Nestes tempos de crise econômica e sanitária, e agravado para muitos de nós pelo isolamento social, que parece ter misturado nossos domínios pessoal e profissional em um só (na verdade os dois, e outros que compõem a nossa vida, sempre foram interligados, mas isto é assunto para uma outra postagem, BEM mais longa), os sentimos cada vez mais preocupados o longo do dia, sendo bombardeados por mensagens de alerta do nosso cérebro e por demandas de outras pessoas que nos deixam com a sensação de que não vamos conseguir fazer tudo o que precisamos ao longo do dia. Ás vezes é pior, pois muitas vezes chegamos ao fim do dia e só então nos lembramos de algo MUITO importante que precisávamos ter feito mas simplesmente nos esquecemos...
Fazer um mini texto sobre gestão do tempo pessoal é um desafio, portanto resolvi compilar aqui uma série de dicas, como fiz há algumas semanas sobre o trabalho em casa em tempos de isolamento social:
1. Se você é chefe ou líder de equipe, avalie que partes do seu trabalho podem ser delegadas para pessoas da sua equipe (sem sobrecarregá-las) ou para uma nova pessoa (um secretário, ou mesmo estagiário). Minha experiência com clientes de coaching nesta posição mostra que eles podem fazer isto com cerca de 30% do trabalho sob sua responsabilidade.
2. Ainda se for chefe ou líder de equipe, pense MUITO antes de agendar uma reunião. Só porque é virtual não significa que não irá ocupar o tempo das pessoas.
3. Se aceitou participar de uma reunião, nada de levar notebook (a não ser que esteja fazendo a ata), deixe o celular no silencioso e principalmente preste atenção (veja a dica seguinte).
4. Nosso cérebro não consegue focar em mais de uma coisa ao mesmo tempo, portanto procure fazer uma coisa de cada vez e não várias ao mesmo tempo (evite o "multitasking").
5. Ao longo do dia, crie uma rotina de beber água, ir ao banheiro e caminhar um pouco, prestando atenção na respiração, nem que seja dentro de casa. Uma espécie de recarga mental.
6. Nosso cérebro, quando se trata de coisas a serem feitas por nós, tem dificuldades em priorizar, e nos manda com a mesma prioridade mensagens como "hoje você precisa entregar o relatório de fechamento do mês para a Diretoria" e "eu preciso agendar o meu checkup anual com o meu médico, acho que já tem quase um ano desde que estive por lá". Note que ambas iniciativas possuem urgência e importância distintas, mas nosso cérebro fica o tempo todo nos mandando mensagens sobre elas. O que fazer? Seguir pelo menos um pouco do que propõe David Allen, meu guru de gestão do tempo, no seu método GTD (Getting Things Done), descrito em livro do mesmo nome (em português o nome é "A Arte de Fazer Acontecer"): coloque suas iniciativas num sistema confiável, e que no meu caso gera alertas e me permite definir prioridades. Para isto minha principal ferramenta é o Evernote.
Ricardo Vargas, outro colega que usa o método GTD, fez uma série de três podcasts de cinco minutos sobre o método, o primeiro pode ser conferido aqui:
Entendendo o GTD - Parte 1 de 3, por Ricardo Vargas
7. Adote o costume de conferir as notícias e redes sociais como uma frequência e/ou horário definidos. Se algo MUITO urgente e importante acontecer neste intervalo pode ter certeza que alguém vai te contar.
8. Saiba dizer não.
E paro por aqui, senão vou ficar com vergonha de chamar este texto de mini...
*** Belo Horizonte, 12 de agosto de 2020 (149 dias de isolamento social e contando!)
Muito bom
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